Hoje finalizarei a discussão sobre as armadilhas que fazem com que seu colaborador perca a motivação. As ideias para essa série de textos foram tiradas do artigo 4 Reasons Good Employees Lose Their Motivation, publicado na revista Harvard Business Review. A última armadilha ocorre quando a pessoa procura razões fora de sua zona de controle para justificar o mal desempenho ou não fazer o trabalho esperado.
Quando isso acontece, não são raras as vezes que a pessoa se coloca no lugar de vítima e sente que não tem poder para fazer nada. Pessoas nesta situação tendem a dar mais desculpas ou justificativas do que soluções. Um exemplo deste comportamento são as pessoas que, ao não atingirem o resultado esperado ou entregarem um projeto fora do prazo, reclamam que estão sobrecarregadas, colocam a culpa nos colegas ou dizem que dependiam de terceiros e não puderam fazer nada. Pode ser que, algumas vezes, seja verdade, mas se for um comportamento frequente, normalmente é porque ela está se colocando na posição de vítima.
Como a vítima dificilmente percebe este comportamento, você precisa ajudá-la a tomar consciência sobre as dificuldades em realizar a tarefa e quais são as variáveis que estão sob controle e que, portanto, só dependem dela.
Mas como fazer isso?
Converse com a pessoa e faça perguntas para explorar suas dificuldades e entender o que não está funcionando. Não tenha receio de se aprofundar e ir além das justificativas iniciais. Ajude a pessoa a pensar nas variáveis que influenciam o seu desempenho e identificar aquelas sobre as quais ela tem controle. Faça perguntas que estimulem a reflexão sobre o que a pessoa poderia fazer de diferente em relação a estas variáveis que só dependem das mudanças de comportamento dela. Em relação ao que depende de terceiros, pergunte o que ela poderia fazer de diferente na forma de se relacionar com estas pessoas e como poderia mudar sua forma de influenciá-las. Eu tinha um professor que costumava dizer: “o que não tem jeito, solucionado está.”. Ou seja, tire o foco do que não tem solução e procure estratégias para resolver aquilo que depende somente da pessoa.
Faça um brainstorming com ela para listar todas as ações que, por menor que sejam, ajudarão a superar os problemas.
Incentive e apoie na execução destas ações, acompanhe os resultados e celebre os pequenos avanços. Por menor que sejam, eles servem de estímulo para a autoimagem, reforçam a confiança e aumentam o grau de motivação da pessoa. As pessoas gostam de serem reconhecidas e buscam elogios! Com uma liderança positiva, um colaborador desmotivado e com baixo desempenho pode ser resgatado e tornar-se um ótimo aliado para atingir resultados surpreendentes.
Se estas estratégias não funcionarem, você terá que ser mais direto e dar um feedback apontando os comportamentos de vítima da pessoa e as consequências sobre seu desempenho. Mas faça isso com bastante cautela, pois ela pode se sentir acusada e aumentar a sua posição de vítima. Demonstre empatia e respeito, seja receptivo, deixe ela falar e escute atentamente seu ponto de vista. Somente após ela tomar consciência da sua postura e da necessidade de mudar é que você poderá ajudá-la a elaborar uma estratégia para lidar com seus problemas e dificuldades.
Com isso, concluímos nossos textos sobre as principais armadilhas que encontramos na hora de motivar as pessoas! Se você gostou desse texto, não se esqueça que temos muitos outros artigos sobre liderança no nosso blog com muitas dicas para você colocar em prática e tornar o seu dia a dia mais fácil!
Leia também os textos anteriores dessa série:
Armadilhas da Motivação #3 – O que fazer quando o colaborador perde a motivação por causa da ansiedade, raiva ou depressão? – para te ajudar se seu colaborador está passando por um momento de emoções negativas.
Armadilhas da Motivação #2 – Desequilíbrio da autoconfiança – como lidar com um colaborador que está com baixa autoestima ou pouca confiança em si mesmo.
Armadilhas da Motivação #1 – Valores Incompatíveis – se estiver lidando com um colaborador desmotivado ao realizar algumas tarefas específicas por diferenças de valores pessoais.
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