Muitas vezes, analisamos nosso sucesso pelo que temos e não pelo que somos. Fazemos um balanço da vida baseado nas conquistas e reservas acumuladas, como se o saldo bancário, a quantidade de amigos ou seguidores, a posição hierárquica ou os títulos fossem um bom indicador para avaliar nosso nível de felicidade e satisfação.
Além disso, caímos na armadilha de lamentar o que nos falta ou de sonhar com o que faríamos se tivéssemos mais. Ficamos presos no passado, lamentando as oportunidades desperdiçadas ou culpando os responsáveis pela nossa má sorte, ou nos transportamos para o futuro, imaginando como a nossa vida será diferente quando atingirmos determinados resultados. Esta reflexão é válida se usada para aprendizado e escolha de novas posturas que poderão contribuir com nosso futuro.
A grande questão, no entanto, não deveria ser sobre o que temos, mas sim sobre o que estamos fazendo com o que temos. O quanto estamos utilizando a situação atual e o recurso que temos para nos desenvolvermos física, mental e espiritualmente para estarmos preparados para o restante de nossas vidas?
A roda da fortuna, apesar dos nosso melhores esforços, sempre nos reservará surpresas positivas ou negativas que impactarão nos resultados e riquezas acumuladas. Portanto, planejar a vida baseado em projeções de recursos futuros pode ser um grande erro, pois poderemos ter muito menos ou muito mais do que pensamos.
Desta forma, mais do que acumular riqueza, precisamos desenvolver competências para lidar com as situações que ainda enfrentaremos, positivas ou negativas. Só seremos vítimas da roda da fortuna se acreditarmos que o que temos e o que acumularmos em termos de riqueza são garantias para um futuro melhor.
Por isso, não se preocupe se o seu copo está meio cheio ou meio vazio, preocupe-se com o que você está fazendo com o que tem no seu copo e o quanto está utilizando isso para ser uma pessoa melhor e mais consciente.