Fim de ano é sempre um bom período para avaliação e reflexão do que vivemos e alcançamos nos últimos 365 dias. Neste ano, no entanto, meu balanço não será em termos de resultados. Se ganhamos ou perdemos, se fomos campeões do mundo ou perdemos de sete, se ficamos mais ricos ou mais pobres, se tivemos alegrias ou tristezas, isto pode ser importante mas não é necessariamente fundamental. Os resultados já fazem parte do passado. O que fica é o aprendizado e a oportunidade de ser uma pessoa melhor no próximo ano.
Gostaria de compartilhar com você alguns dos meus aprendizados deste ano.
Aprendi que a melhor forma de mudar um relacionamento é mudar a si mesmo ao invés de tentar mudar ao outro. Se você acredita que vale a pena continuar, então observe qual é a sua contribuição para que o outro se comporte da maneira como se comporta. Entenda o que você faz que estimula a reação do outro. Se você mudar o tipo de estímulo, a reação mudará também.
Aprendi que os relacionamentos, seja qual for a sua duração, têm começo, meio e fim e que cada pessoa tem um significado em minha vida. Da mesma forma que é importante receber e acolher, também devemos saber dizer adeus. Portanto, saúdo os que estão chegando, agradeço aos que compartilham seu caminho comigo e desejo sucesso para os que partiram.
Neste ano, visitei igrejas, templos hindus, templos budistas, mesquitas e sinagogas por diversos países. Além dos turistas, encontrei pessoas em busca de paz, com boa intenção e desejo de coexistência. Dos extremos da Indochina às geleiras de El Calafate, tive a oportunidade de conviver com gente de diversas culturas, classes sociais e idades. O fato de termos crenças e comportamentos diferentes não significa que somos melhores ou piores que os outros. Cada pessoa pode ser um mestre com algo a nos ensinar.
Uma lição valiosa e a que tem se mostrado mais desafiadora é estar presente em tudo que faço. Caminhar consciente dos meus passos, comer consciente do alimento a ser ingerido, conversar com foco total no outro, ou seja, viver um momento de cada vez. Manter a mente presente ao invés de deixá-la mergulhada nos medos, preocupações ou anseios do futuro. Quando percebo minha mente viajando, sigo as orientações do mestre budista Thich Nhat Hanh* e, enquanto respiro, repito para mim mesmo “respiro consciente dos meus pensamentos e preocupações, expiro acolhendo e sorrindo para eles”.
Não vou dizer “Feliz 2015”. Desejo, na verdade, que você tenha uma sucessão de felizes momentos em 2015 e que seja consciente de cada um deles.
Convite: compartilhe seus aprendizados de 2014 conosco!
*Thich Nhat Hanh é autor do livro “Medo – Sabedoria indispensável para transpor a tempestade” (Editora Vozes).