Fui comprar shampoo um dia desses. Ao ser atendido, pedi o shampoo que costumo usar. A atendente, muito solícita, informou que não tinha o produto em estoque e prontamente começou a apresentar outras opções. Até este momento, estava feliz com o atendimento. Foi justamente quando ela apresentou a primeira opção que comecei a desconfiar:
– Este shampoo é muito bom e dá volume para seus cabelos!
Não fiquei ofendido pelo fato de estar quase careca, mas pela falta de atenção da atendente que nem reparou neste pequeno detalhe.
Depois de ouvi-la falar sobre as outras opções, escolhi um dos produtos e fui ao caixa pagar. O gerente da loja, que estava no caixa, quis aproveitar a oportunidade para vender um pouco mais, não hesitou e falou:
– Não quer aproveitar e levar um condicionador para deixar seus cabelos mais soltos?
Como estava de bom humor, resolvi não me aborrecer e falei em tom de brincadeira:
– Você deve estar brincando se imagina que tenho problema com cabelo embaraçado!!!
Fico impressionado com a falta de atenção das pessoas. Nestas situações, fico imaginando algumas hipóteses que possam justificar tal atendimento:
No final, acho que é um pouco de tudo isso. Infelizmente, valorizar a pessoas que estão na sua frente não é um dos comportamentos mais valorizados na nossa sociedade – e não apenas nas lojas.
2 Comments
Parafraseando Mario Quintana…”Quem não compreende um olhar, tampouco compreenderá uma longa explicação”…
Falta preparação, conhecimento, falta treinamento para as pessoas.
Por isso, acredito que o despreparo seja a causa. Já o automatismo e o descaso são consequências desta falta de preparo, utilizados considerando-se a máxima onde “Sempre existe alguém que compre, que use, que aceite e que pague”.
Concordo com a sua conclusão para o texto e trabalho para não apenas adquirir conhecimento, mas também compartilhar este conhecimento adquirido. Desta forma criaremos uma sociedade preparada para valorizar as pessoas e os relacionamentos e que não aceita e nem pratica o descaso, o automatismo e despreparo.
Acrescento mais uma falta ao comentário do Murilo: falta propósito, ou seja, muitas vezes a pessoa não sabe o motivo de trabalhar em um determinado local e o que deseja levar do seu trabalho. E daí faz as coisas no automático porque não encontra significado para o seu trabalho, Perguntar o que o seu trabalho significa para você é um dos questionamentos que todo tipo de treinamento deveria contemplar.