Na histeria coletiva de nossa sociedade ansiosa, o silêncio incomoda. Ao invés de buscar o entendimento, disputamos o holofote para apresentar nossas versões da história. Quando um termina de falar, o outro sente-se na obrigação de emitir qualquer ruído para ocupar o seu direito à tribuna. Muito se discute, pouco se escuta. Gastamos energia desnecessariamente e perdemos a oportunidade de chegar a bons termos e construir bons relacionamentos.

Em uma negociação, o silêncio pode ser o seu grande aliado, pois estimula o outro a falar mais, aumenta sua possibilidade de entendimento da situação e evita respostas intempestivas diante de situações conflitivas.

Não deveria significar indecisão ou fraqueza. Ao contrário, é um sinal de autocontrole e respeito. Durante uma conversa, o silêncio é um convite à reflexão para assimilar o que foi dito e rever, quando necessário, o seu ponto de vista e argumento.

Uma comunicação produtiva deveria passar pelas seguintes etapas: enquanto um apresenta suas ideias, o outro escuta com atenção, depois, processa as informações recebidas (silêncio, gênio trabalhando!) e, na sequência, o outro apresenta seus argumentos.

Experimente nas suas próximas conversas:

• Manter uma respiração consciente e ampla. Isto ajuda a baixar a adrenalina e reduzir a ansiedade.

• Aplicar as dicas do post Escuta Empática.

• Resistir à tentação de completar as frases inacabadas. Dê tempo para o outro completar e expor seu raciocínio e opinião.

• Pensar antes de responder. Não se apresse, avalie as possibilidades e rearranje seus argumentos em função do que escutou.

Cada interação é uma oportunidade para aperfeiçoar sua capacidade de lidar com o silêncio de forma confortável e produtiva. O que também poderá ser potencializado se desenvolver sua capacidade de lidar com o silêncio interno, mas isto é tema do próximo blog.