Pesquisas recentes realizadas na Universidade da Pensilvânia, por Adam Grant, demonstram que vendedores tímidos têm desempenho 24% inferior aos moderados. As mesmas pesquisas indicam também – e isso pode soar mais surpreendente – que vendedores muito extrovertidos têm desempenho 32% inferior aos que são mais moderados. Não é o que você esperava? Pois é, precisamos rever o mito do showman/woman como modelo de bom apresentador.
O objetivo de qualquer apresentação é provocar transformações, seja a venda de um produto, a aprovação de um projeto ou a apresentação de resultados. O propósito é que as pessoas presentes saiam diferentes de quando entraram, que tenham mais informações e principalmente que estejam motivadas a aceitar e colocar em prática o que foi proposto.
Esta mudança ocorre por meio da reflexão e, portanto, requer o envolvimento do público durante a apresentação. Desta forma, quem faz o show é o público, o grande astro da sua apresentação. Tenha isso em mente. Além de garantir maior eficácia, esta abordagem também reduz o peso nos ombros do apresentador. Dividir os holofotes com o público é uma boa forma de poupar energia.
O típico showman/woman, aquele que é por natureza extrovertido e não tem problema em estar em evidência, corre o risco de não perceber as nuances do seu público e ser incapaz de mudar seu discurso. A extroversão, quando exagerada, prejudica a relação com os demais. Já os tímidos são os que se escondem atrás do PowerPoint e apostam corrida contra o tempo para que a apresentação e o sofrimento acabem logo.
O que têm em comum: ambos estão preocupados em como serão percebidos. Um buscando os aplausos, o outro preocupado com os tomates. Por isso, geralmente, apresentam suas ideias independente da reação da plateia. Ou seja, falam para o público, como se este fosse passivo no processo.
O apresentador eficaz é o maestro que rege o público e não apenas a orquestra a apresentação, não fala apenas com os músicos, mas sim com a plateia, interage e estimula a participação, está aberto para questionamentos e não tem medo de lidar com os imprevistos. Consegue manter a sintonia, entende as reações e ajusta seu discurso. Ou seja, eles falam COM o público.
Alguns pontos que ajudam nesse processo:
Divirta-se!